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Algumas pessoas transmitem o que sentem através de pinturas. Outras através de acordes musicais. Outras falando ou cantando. E algumas escrevem. Este é o caso do aluno do 2º ano de Jornalismo, Pedro Junqueira, que, por assim dizer, usa o seu dom da escrita em todas as vertentes possíveis. Formado também em Gestão Ambiental, ele usa de seu conhecimento sobre a natureza para escrever na Revista Mundo dos Bichos. Tudo que aprende sobre como produzir matérias com fatos do cotidiano, coloca em prática no portal de notícias impresso e online, Circulando News.. E por último, mas não menos importante – talvez o principal de todos os conhecimentos – ele possui um blog onde escreve poemas sobre a vida. A vida dele que, muitas vezes, bate com a nossa, como em muitos casos de escritor e leitor. Pedro estagia na revista e no site desde o primeiro ano de faculdade, mas na vida desde que nasceu, passando por muitas fases até chegar no curso que hoje tanto lhe ensina – e agrada – e que lhe deu oportunidades incríveis.
Conversamos com ele, que contou um pouquinho sobre sua trajetória e sobre como se fascina cada dia mais por essa profissão que exige muita paciência, amor e, claro, muita leitura e treino da escrita, e a entrevista você confere logo abaixo.
Blog Uniara: De onde surgiu seu interesse pela escrita e, consequentemente, pelo curso de sua escolha, o jornalismo? Você acredita que ao escolher este curso, a pessoa já deve ter uma pré-disposição para escrever?
Pedro Junqueira: Bom eu me lembro de que ainda pequeno, nas primeiras séries do ensino fundamental, eu já gostava de ler e escrever. Tenho dislexia e fazia acompanhamento frequente com fonoaudiólogas desde infância, lembro que uma delas elogiou bastante uma crônica e uma poesia que fiz ainda na primeira série do fundamental, acredito que ali foi plantada a semente para eu chegar onde estou hoje. A escolha pelo jornalismo veio bem depois, eu até tinha interesse na área, mas acreditava que a dislexia seria um entrave para prática da profissão e acabei escolhendo outros caminhos. Ao final do colegial acabei passando em Gestão Ambiental na USP e fui fazer minha primeira graduação lá em Piracicaba-SP. Apesar de gostar bastante da área ambiental, acabei não me encaixando no mercado de trabalho e depois ficar um ano e meio praticamente parado, fazendo MBA em Gestão Ambiental aqui na UNIARA aos sábados, desisti de atuar na área e fui à busca de novos caminhos. Nessa época eu já tinha meu blog de poesia e aos poucos ia conquistando um público que sempre acompanhava minhas postagens e elogiava meus poemas. Antes mesmo de entrar no Jornalismo estava em dúvida entre Direito e Pedagogia, descartei o primeiro pelas formalidades da profissão e o segundo pelas dificuldades do mercado de trabalho. Acabei escolhendo jornalismo, uma profissão onde poderia explorar meu gosto pela escrita e aproveitar o conhecimento adquirido sobre a área ambiental. O jornalismo é uma profissão bem dinâmica e te oferece um leque grande de opções de trabalho, porém a pessoa tem que ser bastante comunicativa, não ter vergonha de ir atrás da informação e acima de tudo tem que gostar de ler e escrever. Isso não quer dizer que para ser um bom jornalista a pessoa precisa ser um gênio da escrita, mas precisa sim começar a pegar gosto pela leitura e escrita.
BU: Muitos(as) blogueiros(as) famosos(as) atualmente, começaram escrevendo para poucos e hoje possuem contrato com renomadas editoras. Você acredita no poder da internet na divulgação de trabalhos como o seu, e toparia propostas mais sérias relacionadas à divulgação de seus poemas?
PJ: A internet, quando utilizada da maneira correta, é uma ferramenta importante para propagação de informações. Acredito sim que a internet seja capaz de levar meu trabalho para o resto do mundo, inclusive meu blog já foi visualizado por pessoas de diferentes países. Ainda não pensei sobre o assunto, mas sei que posso explorar mais meu blog e toparia sim propostas mais sérias de divulgação dos meus poemas.
BU: Você escreve para o Circulando News e para a Mundo dos Bichos, e ambos possuem conteúdos completamente diferentes. Essa variação nos gêneros te ajudou a ter um conhecimento melhor do mundo jornalístico? Você acredita que conhecer novos horizontes é importante para a profissão?
PJ: Com certeza, trabalhar em uma revista e em um jornal tem sido bem gratificante e me dá uma gama de possibilidades para explorar minha escrita. Na revista Mundo dos Bichos escrevo sobre assuntos que me interesso mais, sempre ligados a área ambiental e por isso gosto muito das matérias que escrevo para eles. Já no jornal Circulando News enfrento situações do cotidiano de um jornalista, escrevo sobre temas variados e isso é imprescindível para formação de um bom jornalista. O jornalista tem que saber fazer a hora, não pode ficar esperando acontecer, portanto, por mais que ele tenha uma especialidade, ele precisa sim conhecer todas as áreas de sua profissão e saber de tudo um pouco.
BU: Os grandes escritores dizem que tiram suas inspirações de situações inesperadas e corriqueiras, pras quais ninguém dá muita importância. De onde você tira a sua? Você possui alguma mania na hora de escrever?
PJ: Bom meu primeiro poema eu escrevi depois de brigar com uma amiga muito próxima, eu gostava muito dela e a briga mexeu bastante comigo. Estava angustiado e não conseguia dormir, a inspiração veio e passei tudo para o papel. Gostei do resultado e passei a escrever tudo o que eu sentia. A minha inspiração costuma vir da natureza e das pessoas, procuro sempre expressar meus sentimentos. Normalmente algumas situações do dia a dia me trazem inspiração, as ideias vão surgindo e eu anoto algumas partes do poema no celular. Depois quando tenho um tempo livre eu juntos as ideias, adiciono algumas coisas e o poema toma forma. Mania não, gostava de escrever de madrugada, mas a rotina do jornal não me permite mais ficar acordado esse horário, até por isso diminuí bastante minhas postagens.
BU: Qual é, em sua opinião, a importância de um estágio durante a faculdade, principalmente para alunos de comunicação que precisam treinar e lidar com a pressão sofrida em grandes redações, emissoras e seus clientes?
PJ: O estágio é essencial em qualquer formação profissional, um dos motivos de não ter ido para frente em Gestão Ambiental foi ter feito poucos estágios. É durante o estágio que adquirimos experiência e que vamos ver se é com isso mesmo que queremos trabalhar. Na teoria podemos ser apaixonados pela profissão, mas é a pratica que vai definir se vale a pena enfrentar as situações, muitas vezes desagradáveis, que passamos no cotidiano da profissão. A universidade pode ser a melhor possível, mas se você não for atrás de estágios nunca se sentira preparado para enfrentar o mercado de trabalho.
BU: Qual conselho você daria para todos que estão ainda no primeiro ano do curso de Jornalismo ou Publicidade, gostam – e sabem – escrever e têm vontade de criar um blog, mas não se sentem encorajados ou bons o suficiente? Você acredita que a chave é sempre tentar, e, no caso, treinar a escrita com assuntos variados?
PJ: O conselho que posso dar é que façam o blog, mesmo com medo do que os outros vão pensar, faça o blog por você e busque ser sincero naquilo que você escreve. Ninguém nasce bom o suficiente, a gente se torna bom em algo só depois de muito treino. Foi assim com meus poemas, os primeiros eram bem amadores e com o tempo fui aprimorando minha maneira de escrever. Não faça nada na vida esperando a aprovação dos outros, faça as coisas por prazer, por amor aquilo que você está fazendo e dificilmente o resultado disso será ruim. Nem todo mundo vai gostar do que você escreve e nem tem que gostar, a diversidade é que alimenta a vida. A chave é fazer as coisas com dedicação, carinho e amor. Se você não consegue amar aquilo que faz mude de profissão, nunca é tarde para tentar algo novo.